terça-feira, 26 de abril de 2011

Urbanização de favelas

NO PROJETO de urbanização do conjunto de favelas por nós elaborado para o Programa Guarapiranga, a postura assumida, considerada como responsabilidade fundamental do arquiteto, foi a de trabalhar com os moradores desde a concepção, fazendo com que participassem da formulação dos seus próprios espaços públicos e familiares, assimilando o conteúdo dos problemas a enfrentar e discutindo as alternativas para uma possível solução.
Dessa forma, a necessidade de transferência dos assentados em áreas de risco para outros locais da favela, o alargamento ou abertura de vielas, com impacto em várias habitações - para possibilitar acessos adequados a todos - e a proposta de criação de espaços de convivência coletiva, foram assimilados pela comunidade em um processo de discussão pelo qual se objetivava a consolidação de incipientes princípios de organização, habilitando a comunidade a participar da construção dos espaços criados e, posteriormente, de sua gestão. Autogestão, portanto.

O corte das verbas (previstas) necessárias à condução desse processo interrompeu sua continuidade, frustrando uma experiência rica e promissora que visava, também, a resgatar o repertório cultural de cada grupo (usos, costumes, culinária etc.) como parte importante no reconhecimento de sua identidade

 

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